Cá estou novamente, escrevendo algumas linhas, voltando a ratificar a total ausência de caráter político-partidário no conteúdo deste singelo texto, sem esquecer que também admito minha limitação na escrita, no entanto, numa época em que blog's proliferam numa velocidade assustadora e que tanta gente, até mesmo estudantes de jornalismo e profissionais já formados escrevem tanta bobagem, tomo coragem e passo a me aventurar nesse campo.
Tenho acompanhado na internet e outros meios de comunicação discussões realizadas sobre a necessidade de desapropriação da área conhecida por "rampa do Pepê", assim como a concretização, comemorada por alguns, do prédio do antigo colégio Cenecista da sede do município, por último, li em um blog que o nosso prefeito analisa a hipótese de desapropriar o prédio do cine teatro santo Amaro; no primeiro e último caso a destinação de tais bens não gera nenhuma dúvida, no segundo – até o presente – não se tornou pública a destinação do citado imóvel. É bem verdade que a defesa dessas desapropriações pode ser facilmente justificada e, dependendo do ponto de vista, compreendida sem maior dificuldade.
O problema surgi quando se observa que outras áreas tem sido relegadas ao esquecimento, sobretudo fora da sede do município, a exemplo de Pão de Açúcar, onde a comunidade padece – muitas pessoas inconscientemente – sem qualquer política pública voltada para juventude, abrindo uma lacuna preocupante para o futuro dos nossos cidadãos do amanhã, onde parcela considerável destes, cada vez mais cedo, tem enveredado pelo no mundo das drogas, do alcoolismo, no fumo, na prostituição e, por consequência, na violência; são comuns casos de violência envolvendo jovens da comunidade e parece que todos esqueceram que – por exemplo – educação, esporte, cultura e formação profissional são ferramentas poderosas no combate a violência e a seus efeitos.
Atualmente o Brasil disputa o Panamericano do México, teremos a Copa em 2014, as Olímpiadas em 2016 e nesse contexto laço a pergunta, onde os jovens de Pão de Açúcar podem praticar esportes? Qual o espaço público de livre acesso destinado a prática esportiva no distrito? Qual a política pública implementada destinada para nossa juventude?
É inconteste a urgência de um espaço para prática esportiva, sequer dispomos de um simples campo de futebol, cadê a visão e a coragem para se desapropriar um terreno onde se possa instalar – por mais simples que seja – um espaço para prática esportiva. Um obstáculo para tal missão, se poderá dizer, encontra-se no aspecto da exploração imobiliária no distrito, o que tem elevado o preço de imóveis no distrito para valores irreais, mas devemos considerar que as desapropriações na sede do município se referem a imóveis em áreas nobres, de alto valor e isso nunca foi considerado impecilho; talvez, quiçá, a grande dificuldade nessa questão seja o fato de a maioria dos terrenos em Pão de Açúcar pertencerem a pessoas com ligação a grupos políticos locais, desestimulando ações no presente que venham a desagradar possíveis colaboradores no futuro.
Bem, resumidamente está exposto meu ponto de vista como cidadão que mora no município e sempre vai querer o melhor para minha comunidade, tocado por tamanha carência, independentemente de quem esteja no poder ou pretenda postular cargo eletivo; ah! Já ia esquecendo, tomara que se um dia houver vontade política de fazer algo nesse sentido a área destinada não fique tão fora da comunidade, assim como ficou o posto policial.
* Jucelino Tavares Ferreira, Bacharel em Direito pela Associação Caruaruense de Ensino Superior, Especialista/pós-graduado em Segurança Pública e Cidadania pelo convênio ASCES/Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública – RENAESP (SENASP/Ministério da Justiça).
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