Dr. Paulo Lima*
Nestes últimos dias não escrevi nenhum artigo. O mais interessante, porém, é que tal fato, de certo modo irrelevante, não foi sentido sequer pela meia dúzia de amigos que me lêem. Mesmo assim, quando tenho tempo gosto de divagar sobre política e, assim sendo, estava acompanhando os últimos acontecimentos que estão ocorrendo no cenário político no País e de repetente me deparei com uma realidade que ainda não havia enxergado. A solidão do poder.
O poder para um governante sério no mais das vezes trás solidão. Vejam vocês a Presidente Dilma. Toda vez que a vejo tenho a sensação de que está sozinha, apesar de estar exercendo um cargo tão poderoso. E mesmo quando está num evento público, em meio à multidão não me passa a impressão de que esteja partilhando a sua convivência no poder com muitos. Isso de certa forma é bom, pois, fazendo uso do ditado popular, “antes só que mal acompanhado”.
Quem não lembra das aparições de Lula? Sempre acompanhado de bajuladores da pior espécie, verdadeiros fariseus, que, certamente fariam corar de pudor os vendilhões do templo que foram expulsos por Jesus. Mas Lula gostava. Dilma não. E isto é muito bom pois a cada dia que passa, apesar da aparente solidão a presidente está mostrando a que veio. Espero sinceramente que siga adiante.
Aqui quero aproveitar para me redimir - espero que não venha a, mais adiante, ter que me retratar mais uma vez - mas no início do seu governo e mesmo antes, quando Dilma era apenas uma candidata não acreditava na mesma, pois achava que ela era uma invenção de Lula. E não gosto de candidatos inventados, pois na maioria das vezes não passam de fantoches nas mãos dos seus manipuladores. Vocês sabem a quem estou me referindo.
Dilma está provando, graças a Deus, que não é um fantoche de Lula. Por isto mesmo me transmite a sensação de solidão. Isto é bom porque está afastando do seu convívio estas figuras que em nada dignificam o exercício do poder e os fatos estão aí para provar. Basta ver que somente nestes quase oito meses de governo já foram demitidos ou pediram demissão cinco ministros, dentre os quais três foram varridos do poder sob a suspeita de corrupção e prática de outros atos nem tanto republicanos. Outros cairão muito em breve, pois a faxina no governo, esta sujeira deixada por Lula, deve continuar.
Deste modo teremos, todos nós, a esperança de que um governante pode ser bom e competente sem que para tanto tenha que vender a sua alma ao diabo.
Tenho que reconhecer, pelo menos neste momento, que estava errado. Dilma está no caminho certo. Espero que continue assim, apesar de sua solidão. Viva Dilma! Viva o Brasil!
Um abraço a todos.
*PAULO ROBERTO DE LIMA é graduado em Filosofia pela Universidade Católica, bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Recife e atualmente exerce o cargo de Procurador Federal.
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