quarta-feira, 24 de agosto de 2011

UM POUCO DE PÃO DE AÇÚCAR.

        Nos últimos dias, ouvindo a programação da rádio Filadelfia Fm, e acompanhando – à distância – por outros meios o desenrolar das ações do movimento pró emancipação política de Pão de Açúcar, fiquei pasmo quando tomei conhecimento que alguns representantes políticos da comunidade, assim como outros supostos interessados no assunto, haviam viajado a Brasília e sequer haviam se municiado com dados que tivessem o poder de transmitir para quem não nos conhece a nossa realidade.
         Na defesa de qualquer causa é necessário ter conhecimento sobre ela, sobretudo (a exemplo dos vereadores) quem viaja com despesas bancadas pelo erário público, a não ser que tivessem viajado à turísmo – o que não é o caso e que nunca poderia ser quando as despesas são pagas com o dinheiro do povo; vale salientar que mesmo sendo esse um momento de estrita movimentação política, já que dependemos da inclusão do tema na pauta do Congresso Nacional, não se deve excluir o povo dessa discussão, assim, num segundo momento, seria pertinente a formalização de uma comissão composta por representantes dos diversos segmentos do município – não apenas com pessoas  que tenham envolvimento e interesse político partidário – e a promoção de discussões públicas onde o povo possa ser ouvido e  opinar sobre o assunto preparando a todos para o futuro plebiscito que necessariamente enfrentaremos.
            Para fomentar a discussão, passo a fornecer alguns dados que obtive no ano de 2010 durante elaboração do trabalho de conclusão de curso de pós-graduação em Segurança Pública e Cidadania o qual teve o seguinte título: “Aspectos comunitários e estatais de ineficácia no combate e de geração de insegurança pública no distrito de Pão de Açúcar”.
             Um dos maiores obstáculos na obtenção desses dados diz respeito a escassez de fonte de pesquisa, já que nosso município conta com poucas bibliotecas (Pão de Açúcar não tem nenhuma) e nas que existem o material é escasso e há muita burocracia no acesso a este. No aspecto histórico, o livro “Fragmentos da história nortetaquaritinguense”, confirma aquilo que eu já havia ouvido de alguns dos nossos saudosos conterrâneos (a exemplo de Elias Tavares, Luís Cavalo e Mimim), no que diz respeito a origem do nome do nosso lugar, nestes termos: 

               O nome se origina de uma forma de madeira com o formato de pão. Diz a história, que um almocreve ao chegar na região parou para descansar embaixo de uma baraúna. Trazia grandes fardos de açúcar e sobre forte chuva os descarregou, colocando-os na forma de madeira. E assim o fez, por várias vezes. Certo dia encontrou o açúcar petrificado, mais tarde o fato dá origem ao nome do lugar.
               Geograficamente nosso futuro município está localizado na microrregião do Alto Capibaribe, agreste pernambucano, situado no polígono das secas e se limitará, territorialmente falando, com Taquaritinga do Norte, Brejo da Madre de Deus, Toritama e com Santa Cruz do Capibaribe; não há dados sobre o total da área que terá a futura cidade, mas vale frisar que Taquaritinga do Norte tem uma área de aproximadamente 475 quilômetros quadrados. Estamos localizados às margens da BR 104 (a qual se encontra em obras de duplicação) e da PE 160, encravados a poucos quilômetros de duas das mais importantes cidades do interior nordestino, já que distamos 97 km de Campina Grande e 45 km de Caruaru, ligando-se a ambas por meio da BR 104, não esquecendo que nos encontramos a uma distância de 178 km de Recife (ligação pelas BR's 104 e 232), a 14 km de Santa Cruz do Capibaribe (ligação pela PE 160) e a 8 km de Toritama (ligação pela BR 104) – segundo dados do guia quatro rodas.
           O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta em seu site números relativos ao recenseamento realizado em 2010, onde Taquaritinga conta com uma população de 24.387 habitantes, todavia esses números não são apresentados de maneira fracionada pelos distritos e pela sede do município, dessa maneira não encontramos elementos para mensurar o crescimento populacional do 3º distrito, o qual cresce a olhos vistos.
           Pão de Açúcar deixou de ser vila e passou a qualidade de distrito através da lei municipal nº 305 de 26 de agosto de 1958, sendo atualmente o terceiro distrito de Taquaritinga do Norte, estando localizado a 11 km da sede do município.
           Fazemos parte da região também conhecida por polígono das confecções, sendo que nossa localização geográfica tem contribuído preponderantemente no aspecto econômico. Obviamente outros fatores de cunho econômico, humano e social potencializam nossa comunidade e dão sustentação segura ao sonho da emancipação, os quais serão objetos de outras análises em momentos oportunos.
                 Entendo que seja necessário um levantamento profundo da história de Pão de Açúcar, seu desenvolvimento, suas particularidades, sua realidade e suas pontecialidades de maneira que passemos a dispor de fontes seguras de dados e elementos para defendermos essa causa onde quer que estejamos, sejamos políticos ou sejamos apenas cidadãos. Não nos esqueçamos da célebre frase bíblica: “conhecereis a verdade e ela vos libertará”. 

      
            * Jucelino Tavares Ferreira, Bacharel em Direito pela Associação Caruaruense de Ensino Superior, Especialista/pós-graduado em Segurança Pública e Cidadania pelo convênio ASCES/Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública – RENAESP (SENASP/Ministério da Justiça).

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